terça-feira, 18 de maio de 2010

O OLHAR OBLÍQUO DE CLARICE LISPECTOR - 1º DIA

Estou ministrando um Curso de Apreciação de Arte no Centro Cultural Banco do Nordeste, que tem a ímpar qualidade de receber muito bem os professores-facilitadores, disponibilizando material adequado a uma conversa dinãmica, com recursos os mais diversos. Como se isso não bastasse, encontro um público interessado, atento, ávido por troca de informações e visões de mundo. Encontro alguns rostos conhecidos: ex-alunos, amigos, conhecidos de outros cursos...

É incrível como Clarice desperta o interesse das pessoa pelo diálogo, tentativa de compreensão, fruição deslavada. Neste primeiro dia de curso, com muito prazer, a figura da escritora ressalta acima de tudo. Livros e fotos. Escritos e falas. a participação das pessoas me instiga a falar mais. Clarice provoca alguns, deslumbra outros, propõe estranhezas, deixa vislumbrar sentidos.

Falamos de livros, de personagens, de situações, de sentimentos... das coisas que Clarice reverberava em seus papéis, das coisas que ela mostrava e escondia em romances, contos, crônicas, entrevistas e trechos de colunas femininas. Os espantos comparecem, mas Clarice não se importa: sentir é mais urgente do que entender, ela diria. O entendimento fica para depois, quando quisermos ou quando o objeto quiser ser compreendido por nós.

Fotos, poses, posturas e interações. Neste primeiro dia de curso, fizemos um passeio pela escrita clariceana, tentando ver que aquela escrita seduz e marca, para sempre, a maneira como lemos as coisas.


2 comentários:

  1. Professor, seu curso foi maravilhoso. Parabéns pela dedicação, pelo interesse e pela gama de conhecimentos de que sua pessoa dispõe.

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